“Em contrapartida também eu rendi homenagem ao deus do Amor, cujo templo se ergue numa ilha de praias louras e em arco, na areia dourada acariciada pelo mar. E a imagem do deus não é ídolo nem qualquer coisa de visível, mas um som, o puro som da água marinha que entra no templo através dum canal cavado na rocha e que se despedaça numa concha secreta; e ali, devido à forma das paredes e à amplidão da construção, o som reproduz-se num eco infinito que arrebata quem o ouve e causa uma espécie de embriaguez ou de tontura. E a muitos e estranhos efeitos se expõe quem honra este deus, porque o seu princípio comanda a vida, mas é um princípio bizarro e caprichoso; e se é verdade que ele é a alma e a concórdia dos elementos, também pode produzir ilusões, delírios e visões. Eu assisti nesta ilha a espectáculos que me perturbaram pela sua verdade inocente: tanto que tive dúvidas se tais coisas existiam deveras ou se eram antes fantasmas do meu sentimento que saíam de mim e tomavam aparência real no ar porque me tinha exporto ao som enfeitiçado deste deus; e pensando isto, tomei por um caminho que leva ao ponto mais alto da ilha, donde se pode ver o mar de todos os lados.”

ANTONIO TABUCCHI. Mulher de Porto Pim

Lagoa do Congro –caçador- // Josep Cerdà



A Lagoa de Congro, é um lugar profundo, misterioso e vácuo, onde se expressa um silêncio primordial, ouve-se como um haiku um som vindo de um tempo primitivo e remoto. Na gravação ouvem-se gritos ancestrais difícil de categorizar com os parâmetros dos nossos dias. Estes gritos que rasgam o silêncio e quebram qualquer tentativa de entendimento lógico, são os gritos dos caçadores, um ofício tão antigo como a sobrevivência da raça humana sobre a Terra e é expresso de um modo pre-histórico com gritos que ecoam no espaço circundante.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa do Congro 31/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


CAZADORES Lago a de Congro by açores-paisagenssonoras

Lagoa do Congro –silêncio- // Josep Cerdà

Possivelmente o lugar mais silencioso, da ilha de São Miguel é a Lagoa do Congro. A gravação é feita portanto com o objectivo de gravar o silêncio. Um silêncio cheio de pequenos matizes subtis, como uma folha que cai, um hipotético salto de um peixe à distância, o som de um pássaro que não se reconhece. Este silêncio é o que ouvimos quando não ouvimos nada, é um reflexo do nada que depois de passado algum tempo encontramos estruturado em camadas de material sonoro.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa do Congro 31/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


LAGOA de CONGRO -Silencio 1 - by açores-paisagenssonoras

Lagoa do Congro –ondas- // Josep Cerdà

A Lagoa do Congro é um espaço zen, parece ter sido tirado de uma pintura taoísta. Esta paisagem propensa à meditação e à transcendência tem um som muito súbtil, que é característico do lugar: o som do movimento da água na margem da lagoa. Este som é imperceptível e só pode ser ouvido depois de se ouvir o silêncio. Visualmente, este som é manifestado por círculos concêntricos que se expandem na superfície da lagoa. Auditivamente, estes círculos são aqueles que se ouvem na gravação.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa do Congro 31/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


LAGOA de CONGRO -Silencio 2- by açores-paisagenssonoras

Fonte da Lagoa dos Nenúfares // Josep Cerdà

Perto da Lago do Congro, encontra-se a Lagoa dos Nenúfares, uma pequena lagoa totalmente coberta por nenúfares. Não é fácil encontrá-la visto que é uma lagoa pequena e a sua superfície de nenúfares tornam-na mimética como a paisagem circundante. A fonte, onde foi realizada a gravação, é a que fornece a água a esta lagoa. Podemos dizer que todas as fontes fazem um barulho diferente, esta não é uma excepção, o som é nítido e cristalino.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa do Congro 31/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Fuente Lagoa de los Nenufares by açores-paisagenssonoras

Caldeiras das Furnas -ponto de ebulição- // Josep Cerdà



A Ilha de S. Miguel tem uma força inquestionávelmente telúrica, uma força que se manifesta e aparece em qualquer lugar da ilha. Porém, é nas Furnas que estas erupções de energia da Terra são mais claras, as caldeiras expressam-se em múltiplos sons, talvez o mais característico seja o som do ferver. O chão está a ferver e o que foi gravado é um som parecido ao de uma panela no fogo, borbulhando e chiando.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Furnas 27/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


CALDEIRAS FURMAS -Hervor- by açores-paisagenssonoras

Caldeiras das Furnas –martelamento- // Josep Cerdà

Esta gravação da centra-se num som, como um bater proveniente do centro da Terra e pode ser ouvido claramente numa caldeira das Furnas. Neste lugar, realmente vem de dentro da Terra um som rítmico sustentado: palpitação misteriosa e profunda que soma os sons da respiração, o gemido e o suspiro.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Furmas 27/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Caldeira de FURMAS -palpitación- by açores-paisagenssonoras

Caldeiras das Furnas: porta do inferno // Vicent Matamoros

Caldeiras das Furnas: porta do inferno // Vicent Matamoros
Nas Furnas há uma porta do inferno, um grande buraco numa parede rochosa que, realmente parece que se conecta directamente com as forças do interior da Terra, o som registado por Vicent Matamoros é um som diferente de todos os conhecidos...entre a palpitação e a respiração.


Porta de l'infern 2 by karrnus

Fumarolas (gravação com hidrofone) // Vicent Matamoros

Um passeio sonoro pelas caldeiras das Furnas é composto pelo som da ebulição e estalidos  de diversa procedência e intensidade. Esta gravação recorrendo a um micrófone aquático, proporciona-nos outra dimensão dos sons, para além da audível em condições normais.


Geiser hidrofon by karrnus

Fumarolas (gravação com hidrofone) 2 // Vicent Matamoros

O chão das caldeiras das Furnas parece ferver. Esta gravação está feita com um hidrófone, um instrumento que  é colocado nas altas temperaturas da água das caldeiras e traz-nos uma forma diferente de ouvi-las. Providencía-nos outra dimensão sonora, para além do audivel nas condições normais.


Geiser by karrnus

Caldeira Velha // Josep Cerdà



A Caldeira Velha na Ribeira Grande está perto da Lagoa de Fogo. Como em muitas partes da ilha de São Miguel, a força telúrica, a energia da terra, surge num ponto e manifesta-se com fumo e a água ferver. A gravação é o som da ebulição, com uma profusão de bolhas e assobios produzidos pelo vapor. O ambiente da Caldeira Velha é uma paisagem de invulgar beleza, com plantas desconhecidas para o visitante estrangeiro cujo conjunto, representa um protótipo da diversidade natural dos Açores.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Caldeira Velha Ribeira Grande 26/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


CALDEIRAS Caldeira Velha -Ribera Grande- by açores-paisagenssonoras

Mastro das bandeiras do Teatro Micaelense de Ponta Delgada // Vicent Matamoros

No exterior do Teatro Micaelense, instituição cultural da ilha de São Miguel, existem uns mastros com bandeiras. Esta gravação do som das cordas sobre o mastro, junto à reverberação do som na praça, de certeza que trará lembranças subliminares aos habitantes da cidade.


Pals de bandera by karrnus

Rua de Ponta Delgada calçada/asfalto // Vicent Matamoros

As ruas de Ponta Delgada estão pavimentadas com paralelepipedos. O passar do carro pelas diferentes texturas do pavimento origina uma sequência sonora muito peculiar nesta cidade.

Adoquins amb cotxe by karrnus

"Boca da Baleia" - com ondas // Josep Cerdà



A Boca da Baleia, caverna na rocha, junto às piscinas naturais da vila da Lagoa, onde o mar se infiltra no seu movimento de fluxo e refluxo, tem o seu maior grau de teatralidade quando há ondas. As ondas entram dentro do buraco e produzem uma explosão de água que faz vibrar as imediações. Esta explosão de água quase não se pode expressar em palavras, a gravação deste som, pode dar-nos uma magnitude do efeito sonoro que se ouve neste lugar. É um dos sons mais profundos que se ouve nos Açores.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa 29/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Boca de la Baleia LAGOA -con olas- by açores-paisagenssonoras

"Boca da Baleia" - sem ondas // Josep Cerda,

Na vila de Lagoa situa-se a "Boca da Baleia", uma cavidade na rocha que as ondas do mar enchem e esvaziam ao ritmo biológico,por vezes parecendo a respiração, e os batimentos cardíacos do coração. Quando não há ondas, que é o caso de quando foram gravados os sons, o som é ritmado, como uma grande expansão e contracção do mar, com um ritmo constante e hipnótico. Este som de bombeamento é um som transcendental, pois é um reflexo do movimento do oceano.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Lagoa 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Boca de la Baleia LAGOA -sin olas- by açores-paisagenssonoras

"Boca da Baleia" // Vicent Matamoros

É muito importantes gravar os sons aleatórios e os sons produzidos pelos elementos naturais em diferentes condições de clima e medioambientais. Os sons que se podem ouvir na "Boca da Baleia" foram gravados em diferentes dias, para mostrar como o ritmo do som é sempre distinto. Está sempre a mudar e é impossível ouvir duas vezes o mesmo ambiente sonoro.


La boca de la balena by karrnus

Chuva em Ponta Delgada // Vicent Matamoros

A chuva é uns dos elementos mais característicos dos Açores. Num trabalho de Paisagem sonora não podia faltar o som da chuva açoreana. Nesta gravação, está misturada com vento forte e passos debaixo da chuva.


Pluja by karrnus

Artesão de Vime, João Andrade // Josep Cerdà



Um dos mestres na construção em vime é o artesão João Andrade. Nesta gravação, pode-se apreciar os sons produzidos pelo seu trabalho. O artesão usa as mãos e os pés para construír os objectos de vime com uma coreografia especial que envolve todo o corpo. No meio da gravação o Sr. Andrade explica-nos as noções básicas do seu trabalho e as partes substanciais do que vai fazendo, não há dúvida de que estes sons são uma maneira de ver um mundo em perigo de desaparecer.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Agua de Pau 27/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Artesao Vimes Joao Andrade by açores-paisagenssonoras

Bar na freguesia de Água de Pau // Vicent Matamoros

Os bares são um lugar de encontro onde se manifesta um ambiente sonoro caótico mas muito característico de cada lugar, esta gravação em Água de Pau, representa um dos elementos do ambiente sonoro deste povo.


Bar del poble del Joao Andrade by karrnus

Cozinha da Senhora Glória Moniz, mostrando como se fazem os Bolos Lêvedos// Vicent Matamoros

Excelente gravação de todo o processo de elaboração dos Bolos Lêvedos.
Há que acentuar a percussão realizada pela Senhora Glória a amassar e trabalhar os diferentes ingredientes deste bolo típico da ilha de São Miguel. A gravação é tão realista que só falta o cheiro da cozinha.


Cuina de la senyora gloria, amb els bolos lebedos by karrnus

Pescadores fazendo engodo em Rabo de Peixe // Vicent Matamoros

No seu ambiente, os pescadores de Rabo de Peixe, falam das suas coisas e preparam o engodo para a próxima saída ao mar. Nesta gravação pode-se ouvir como limpam e cortam o peixe.


Rabo de peix retocat by karrnus

Máquina de chá -1- // Josep Cerdá



As folhas de chá passam por um processo de selecção de medida e tamanho para definir a sua qualidade. Este processo realiza-se mediante uma máquina que faz a separação. A máquina onde se fez a gravação do som, é uma máquina centenária que durante décadas fez o mesmo movimento de vai-e-vem com um som ensurdecedor. Este som, que é uma mistura de percussão e fricção, impregna o espaço e de certeza também as folhas de chá com que se faz a infusão. De acrescentar que o chá açoriano é de excelente qualidade.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Porto Formoso 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Maquina de CHA -1- by açores-paisagenssonoras

Máquina de chá -2- // Josep Cerdà

O ambiente em que o chá é produzido é uma paisagem bucólica e como fundo temos o Oceano Atllântico, paradigma de paz e relaxamento. No entanto as máquinas que fazem a selecção do chá fazem um som ensurdecedor, com matizes sonoros onde podemos descobrir ritmos e percussão minimalista.
Esta composição sonora produzida pela maquina em movimento, está na linha da melhor música noise.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Porto Formoso 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Maquina de CHA -2- by açores-paisagenssonoras



Gravação das vibrações da máquina de chá, com micrófones de contacto // Josep Cerdá


Maquina de CHA -Vibración- Mono by açores-paisagenssonoras

Vacas - Freguesia de Porto Formoso // Montse Ciges // Josep Cerdà

Na ilha de São Miguel, encontra-se muitas manadas de vacas que fazem parte da paisagem natural. Os badalos das vacas são a banda sonora desta paisagem. Os badalos açorianos estão feitos com uma liga de metais de latão e bronze, o que resulta numa sonoridade que pode alcançar quilómetros de distância. Na gravação pode apreciar-se os sons afinados dos badalos das vacas fazendo um concerto de música aleatória no melhor sentido das composições de música contemporânea.
// Porto Formoso 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


VACAS Porto Formoso by açores-paisagenssonoras

Tear // Vicent Matamoros

Se fizessemos uma sondagem questionando os ouvintes deste som, muito poucas pessoas adivinhariam que este som pertence ao trabalho num tear. É importante dizer que o tear é manual, feito de madeira como antigamente, o que representa hoje em dia um som em extinção.


telar by karrnus

Caldeiras da Lagoa das Furnas // Josep Cerdà



Nas Furnas a emissão de energia telúrica é tão evidente que os restaurantes reservaram alguns dos buracos existentes no chão, junto à Lagoa das Furnas para cozinhar a comida que servem. Estes buracos são geralmente cobertos com areia, para tapar panrlas grandes, no entanto, podem-se encontrar buracos com diferente diâmetro e profundidade, tornando-se assim caixas de ressonância sonora. A composição sonora resultante, termina num "Allegretto Andante" emitido numa pequena lagoa fervente. Os sons apresentados nesta gravação são reforçados e ampliados pelas gotas de água da chuva.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Furmas 27/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Caldeiras de FURMAS -tres- by açores-paisagenssonoras

Homem retirando o "Cozido das Furnas" da Caldeira // Vicent Matamoros

Na lagoa das Furnas existem umas caldeiras que se usam como forno para cozer a comida. Para cozinhar coloca-se a panela num buraco no chão onde é posteriormente tapado com uma tampa de madeira.  O "Cozido das Furnas", cozido à portuguesa com algumas adaptações locais é um dos mais típicos pratos da ilha de São Miguel . À primeira hora da manhã cobre-se com terra o buraco e ao meio dia está pronto para comer. O vapor das caldeiras dá um sabor enxofrado à comida muito dificil de definir. A gravação capta como podemos escutar, a expectativa das pessoas na retirada do cozido já confeccionado, quer pelos "donos" do cozido, quer pelos turistas que visitam a zona.


El menjar a les Furnes by karrnus

Patos na Lagoa das Furnas // Vicent Matamoros

Patos by karrnus

Caldeira Velha -Cascata-// Josep Cerdà



Caldeira Velha é a manifestação da água em todas as suas variantes, por um lado no ferver e na emanação do interior da Terra, por outro lado através de percursos e cascatas que dão um ambiente sonoro único ao lugar. O som ambiente expressa-se em diferentes fases do movimento da água, entre as formações de rocha vermelha que lhe conferem uma sonoridade de diferentes níveis da percepção auditiva. A gravação é uma tentativa de capturar essa mistura em diferentes níveis de sobreposição de sons de água em movimento.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Caldeira Velha 26/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Caldeira Velha -CASCADA- by açores-paisagenssonoras

Ondas da "Lagoa Verde" das Sete Cidades // Josep Cerdà

Para os açorianos as pequenas ondas produzidas pelo vento na Lagoa de Sete Cidades são um dos sons primordiais da ilha de São Miguel. Este som, combinação do movimento da água e da areia grossa da margem da Lagoa, é um som de arrasto muito característico. A Lagoa das Sete Cidades é um dos lugares que aparece em todas as imagens de promoção turística, adquire desta maneira uma dimensão sonora que impregna a memória colectiva.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Sete Cidades 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Olas Lagoa Verde -Sete Ciudades- by açores-paisagenssonoras

Cascata do Salto do Prego // Josep Cerdà

A imagem do Salto do Prego, no Faial da Terra é um postal típico da Ilha de S. Miguel. O som da cascata não pode ser capturado com a imagem, é um som cheio de energia. A atmosfera deste lugar está cheio de íões negativos que influenciam a nossa saúde física e mental, contribuindo para o nosso bem-estar. A carga de energia é feita com o nosso corpo, mas também podemos transportar essa carga noutros objectos que acumularão essa carga positiva por muito tempo. O Faial de Terra parece realmente ser o lugar mais remoto de São Miguel. Ir ao Salto de Prego é entrar no fim do mundo.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Faial da Terra 31/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Cascada SALTO DE PREGO - Faial da Terra- by açores-paisagenssonoras

Som do mar no Porto da Caloura // Josep Cerdà



O som das ondas do mar está sempre a mudar e sem dúvida resulta sempre num relaxamento para a pessoa que o ouve. Neste gravação no Porto de Caloura, podemos apreciar o som das ondas em várias perspectivas acústicas. Toda a gravação é uma imersão sonora da memória que todos nós temos do som das ondas do mar.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Caloura 27/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Som do mar no Porto da Caloura by açores-paisagenssonoras

O Mar // Vicent Matamoros

O mar está sempre presente na ilha, por isso é muito importante gravar os som a partir de diferentes perspectivas e localizações.


Mar by karrnus

Gravação dos sons do mar com o hidrofone // Vicent Matamoros

Este som irreconhecível, mais próprio de um filme de ficção científica, é o som do movimento do mar gravado com um hidrofone.


Hidrofon a la mar by karrnus

Rebentação do mar (pequena praia no Porto da Caloura) // Vicent Matamoros

Esta gravação mostra que o mar é sempre diferente. Nesta praia as ondas arrastam as pedras, fazendo um som absolutamente inesperado e harmónico configurando o lugar.


Cala by karrnus

Ponta Delgada, Mercado da Graça // Josep Cerdà



Os mercados, assim como as praças, têm um ambiente sonoro diferente e único. Portanto podemos estudar as diferenças culturais e sociais a partir dos sons gerados nos mercados.
O mercado de Ponta Delgada, não é uma excepção, as suas bancas de vegetais, peixarias e talhos, possuem um ambiente sonoro com uma identidade muito peculiar. A totalidade do espaço do mercado reúne  diferentes fontes sonoras configurando uma paisagem sonora, que representa um poema sinfónico de Ponta Delgada.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Ponta Delgada 28/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Mercado Ponta Delgada by açores-paisagenssonoras

Ponta Delgada, Mercado da Graça às sete horas da manhã // Josep Cerdà

Todos os mercados do mundo soam de forma diferente e fazem parte da identidade sonora de uma cidade. Os seus sons mudam ao longo do tempo e evoluem à medida que evolui também a sociedade, pelo que seguramente o que podemos ouvir neste mercado é muito diferente do que podíamos ouvir hà vinte anos. Nesta gravação demonstra-se que os sons também são diferentes dependendo da hora do dia. Neste registo sonoro, feito às 7h da manhã, hora de abertura do mercado, o ambiente sonoro é muito peculiar.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Ponta Delgada 29/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Mercado Ponta Delgada -siete de la mañana- by açores-paisagenssonoras

Mercado de Ponta Delgada, aves e pica // Josep Cerdà

Cada ambiente do mercado é caracteristico e diferenciado. Nesta gravação ouve-se uma zona do mercado onde se vendem aves vivas, pelo que se ouvem os seus trinados e murmúrios. O gravador é movido para a loja de queijo, gravando um fragmento de conversa que repete a palavra “pica”, peça digna da melhor poesia fonética das vanguardas da arte sonora.
// Participação na gravação: Montse Ciges
// Ponta Delgada 29/10/2010 Ilha de São Miguel, Açores


Mercado Ponta Delgada -aves y pica- by açores-paisagenssonoras

Atelier de Paisagem Sonora // Outubro de 2010

O atelier de Paisagem Sonora, decorreu em Ponta Delgada de 26 a 28 de Outubro de 2010. Este atelier foi organizado, dirigido e produzido pela Cooperativa Cultural Mala no âmbito do projecto Azores Combo (www.azorescombo.org) e coordenado por Montse Ciges. O professor do atelier foi Josep Cerdá que é director do Laboratório de Arte Sonora e do departamento de Escultura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona. Este workshop foi desenvolvido na Universidade dos Açores, no departamento de Ciências Sociais e Humanas. Durante o atelier de Paisagem Sonora os alunos realizaram práticas de gravação de ambientes sonoros de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Os participantes do atelier foram: Rui Sousa, João Paulo Filipe Duarte Santos, Maria José Cabral Pereira, Natalia Bautista, Joana Vasconcelos, Joana Amén, Silvia Freire Santos, Miguel de Sá, Lucinda de Jesus Medeiros Sousa, Ana Carina Filipe dos Reis, Cátia Canto Arruda, Ana Paula Martins Raposo, Júnior Lins, Tiago Melo Bento, Andreia Martins, Susana Goulart Costa, Bruno Carvalho, Jennifer Martins, Fabiana Melo, André Rocha e Micael Abreu

Atelier de Paisagem Sonora// Poema sinfónico do mar // autor: Miguel de Sá

Esta excelente gravação da água do mar em movimento é um autêntico poema sinfónico cheio de matizes inesperados e com uma sequência de sons própria da música contemporânea . Esta gravação é recomendável pelo alto poder de relaxamento que proporciona.


Miguel Sa: Poema sinfónico de agua en movimiento by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Estalidos do Cais// autora: Silvia Freire Santos

Esta peculiar gravação dos movimentos do mar no cais de madeira é espectacular pela sinfonia de estalidos com diferentes intensidades e sonoridades. Um bom exemplo da música aleatória.


Silvia, crujidos de mar by soundscapes

Atelier de Paisagem sonora// Registo sonoro em Ponta Delgada// Autores: André Rocha, Jennifer Martins, Micael Abreu e Rubén.

O trabalho em equipa mostra um percurso sonoro muito peculiar pela cidade.A importância desta gravação é mostrar os sons provocados pela interacção com o mobiliário urbano que representa a outra dimensão sonora da cidade. Estes sons produzidos misturados com os dos passos pela cidade figuram numa sinfonia urbana.

Paseo Sonoro: Andre Jennifer Micael y Rubén-01 by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// De um ambiente ruídoso ao silêncio // autor: Tiago Melo Bento

Esta gravação do Tiago é bastante complexa, já que vai passando de um ambiente ruídoso próprio da cidade contemporânea para ambientes onde a característica principal é o silêncio, como numa missa. O valor reside neste jogo de contrastes

Tiago paseo sonoro del ruido al silencio by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Entrevista ao empregado do bar // autora: Maria José Cabral Pereira

Esta curiosa entrevista ao empregado de um bar de Ponta Delgada relata-nos o processo de preparar um café, com o fundo sonoro do barulho da máquina de tirar o café.
As entrevistas mostram o que nos pode contar o entrevistado, a forma de falar, as expressões e o sotaque característico do lugar onde se realiza a entrevista. Resta dizer que Maria José é do grupo de gravação de Património.

M.Jose: Entrevista Café by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Missa // Autoras: Lucinda de Jesus Medeiros Sousa e Cátia Canto Arruda

Catia e Lucinda gravam uma missa. Para desenvolverem os seus trabalhos práticos, os alunos agruparam-se em equipas de trabalho pela afinidade com os seus estudos. O grupo de alunos e alunas de Património Cultural gravaram uma missa que é um claro exemplo de património imaterial.


Campanas y misa Catia y Lucinda by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Experiência com equipamento urbano// Autora: Carina Filipe dos Reis

Junto com os seus companheiros do atelier, fazem uma experiência sonora com equipamentos urbanos de Ponta Delgada ( um telefone público e um ponto de informação electrónico sobre a cidade). Será melhor ouvir a gravação para compreender este trabalho.

Carina: EXPERIMENTO TELEFÓNICO by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Carro // Autora: Carina Filipe dos Reis

Nesta gravação, Carina experimenta um novo instrumento musical que se chama “ carro” onde saca uma infinidade de matizes sonoras que conformam a música desta nossa civilização.

Carina: COCHE by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Máquina de fotocópias // autor: Junior Lins

Um dos sons mais característicos do trabalho deste aluno, foi realizado no parque gráfico. Júnior mostra que a fotocopiadora é uma máquina de fazer barulho e que podíamos utilizá-la como instrumento musical tendo imensas possibilidades.

Original Copistería Universidad JUNIOR by soundscapes


FOTOCOPIADORA: Junior by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Percurso sonoro pela universidade // autor: Junior Lins

Uma universidade tem sons muito parecidos em qualquer parte do mundo.
Nesta gravação passamos por vários ambientes sonoros primordiais,desde a casa de banho aos corredores e as aulas. A aula do professor dando matéria é
um espaço de reverberação única onde se unem os sons emitidos pelo docente com um acompanhamento musical emitido pelos alunos.


Junior: Recorrido Sonoro por la Universidad by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Cozinha da cantina da Universidade // autores: Joana Vasconcelo

O espaço acústico da cozinha da cantina universitária revela-nos um sem fim de zumbidos, estalidos e tilintares muito próprios da música experimental. A diferença das experiências electrónicas é que esta é produzida utilizando elementos do quotidiano, só há que ouvir o que nos rodeia.

Joana: COCINA Restaurante Universitário by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Cantina da Universidade // Autoras: Natalia Bautista e Joana Vasconcelos

A sala mais concorrida da universidade é sem dúvida a cantina, aqui se gera tudo o que ocorre na universidade tanto do ponto de vista académico como social: estuda-se, trocam-se os apontamentos e fala-se contra os professores e a instituição, organizam-se festas e acontecimentos de diferentes naturezas. É precisamente este conceito que esta gravação expressa com clareza.

Bar de la Facultad Nat-Joana by soundscapes

Atelier de Paisagem sonora// Passeio sonoro atrás de uns sapatos// Autor: Bruno Carvalho

O autor faz um percurso em Ponta Delgada seguindo uns tacões de sapatos.
A composição é completa com o som ambiental dos carros e outros efeitos sonoros da cidade.

Bruno: Paseo sonoro detrás de unos talones by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora // Água e pássaros // autor: Andreia Martins e Ana Paula Martins Raposo

No ambiente de Ponta Delgada podem-se encontrar sons evocadores e imprevistos como os que nos são mostrados nesta gravação da Andreia e da Paula, onde ao som do mar se sobrepõem os sons dos pássaros da noite.

Agua y pájaros de Andreia y Paula by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Pegadas por Ponta Delgada // autor: João Paulo Filipe Duarte Santos

Esta gravação resulta de um passeio sem rumo pela cidade, é a gravação clássica do som dos próprios passos andando. Esta gravação demonstra que todos os passos soam de forma diferente dependendo do lugar.

Joao Paulo: Pasos por Ponta Delgada by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Subtileza da água// Autora: Fabiana Melo

Fabiana mostra-nos uma composição sonora onde os instrumentos protagonistas são a água e o vento. Este registo realizou-se na marina das “Portas do Mar” (baía do Porto de Ponta Delgada)

Fabiana, sutileza del agua by soundscapes

Atelier de Paisagem Sonora// Passeio nocturno com pássaros// autor: Rui Sousa

Esta gravação tem a particularidade de ser um percurso sonoro nocturno pelo porto de Ponta Delgada onde se ouvem várias espécies de pássaros, entre eles o Garajau.

RuiO: Paseo Nocturno por el Puerto con Pájaros by soundscapes